No momento em que a humanidade entra em rota de colisão com a vida na terra, todos tem o dever ético de resgatar o caminho da harmonia e do coabitar com a natureza terrestre, todos tem que fazer a sua parte, por mais pequena que possa parecer. Neste contexto Caraguá terá a grande chance de contribuir, pois finalizou seu “Plano Diretor” com as propostas de desenvolvimento para cidade nos próximos 10 anos.
É de se esperar que ele tenha como norte, o crescimento ordenado voltado para o bem estar social, proteção às nossas diversidades naturais, respeito à vocação turística e cultural do nosso local, harmonização com as cidades vizinhas e principalmente a participação popular na sua elaboração.
A cidade que queremos passa pela melhoria de vida das pessoas, pelo resgate dos nossos rios já cansados pela destruição de suas margens e poluição de suas águas, pela preservação da nossa mata atlântica que já mostra sinais de saturação pela sua ocupação desordenada e desenfreada. A cidade que queremos deve ter um plano para amenizar os problemas com as chuvas e alagamentos que cada vez se tornam mais freqüentes, deve ter um programa habitacional humanizado para atender as demandas do povo sem forçá-los a ir para as margens, enfim a cidade que queremos deve ser mais saudável aos nossos filhos e para as próximas gerações, deve crescer para todos e não olhando para o mar e de costas para o morro.
A proposta do plano diretor apresentado, mostra que o caminho escolhido por seus autores é diferente do citado acima e vai contra tudo o que prega hoje as maiores autoridades para o resgate do planeta. Com prédios de até 21 pavimentos em quase totalidade de seu território, sombreamento e falta de ventilação, com aquecimento da região por conta da impermeabilização e altas construções, com a falta de grandes áreas para escoamento das nossas chuvas, mais destruição da nossa mata atlântica pelas rodovias propostas, imagino que estão repetindo os grandes erros das grandes cidades como São Paulo, Rio e Santos, as conseqüências desses desmandos nós vemos todos os dias nos noticiários. A falta de participação popular gera esses absurdos, é dever do poder público facilitar a participação do povo nas decisões de governo principalmente no plano diretor sob o risco de inviabilizar o mesmo através de ações judiciais intermináveis, como no caso dos concursos públicos.
Do jeito que está proposto o Plano Diretor vem mais como um presente de grego, embrulhado num bonito pedaço de papel, para transferir ao privado, aquilo que é do povo por direito, sem que este perceba.
Facemos a nossa parte enquanto cidadãos caraguatatubenses, o planeta agradece.
“A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22)
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