sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SOLUÇÃO TUCANA PARA O CRACK: TROCAR O ENDEREÇO DO INFERNO

Fonte: Carta Maior


"Você prefere tratar um câncer localizado? Ou com ele espalhado por todo o corpo? É isso o que estamos fazendo: espalhando o câncer". (frase de um policial mobilizado pela dupla Kassab/Alckmin em mais uma 'operação definitiva' contra a Cracolândia, em SP; repressão a usuários da droga concentrados na região da Luz gera fuga para outros bairros e ruas adjacentes da capital. Folha de SP;05-01. Em 2009, Carta Maior publicou um ensaio fotográfico sobre o desafio da Cracolândia, abordando os dois lados do problema --o dos moradores e o dos usuários; a dupla Serra & Kassab então, prometia resolver 'de vez' o problema.

3 comentários:

  1. Olá, Rodolfo
    o problema na região da cracolândia (Pça. da Luz) vem dos anos 70 e pelo menos 16 prefeitos passaram por SP e não foi possível resolver. Local onde passavam duas linhas de trem e ponto de comércio popular, sempre foi ponto de encontro de marginais de todo tipo. Fora isso, existiam hotéis baratos frequentados por prostitutas e travestis, fica bem próximo da Rua Aurora e Vitória, conhecidas como boca do lixo. Acho até que a zona de prostituição já existia nos anos 60.
    Além disso, o problema do crack vai muito além de policiamento, saúde pública ou assistencia social, assim como qualquer outro vício, seja álcool, entorpecentes e até jogo.
    Por menos que a gente queira admitir, existe uma questão genética envolvida em qualquer tipo de adicção. Alguns até podem se afastar do vício, mas jamais deixarão de ser viciados, por isso a maioria volta. É bem difícil de admitir, mas alguns simplesmente não deixarão de se drogar, beber ou jogar. A vida simplesmente não "acontece" sem o vício.
    Portanto, a abordagem deve ser bem diferente de qualquer uma apresentada até agora. Por inúmeras razões, legais, sociais e até religiosas, não se admite que a pessoa nasceu assim. Sempre é procurado um culpado e os traficantes, mais do que ninguém, sabem se aproveitar dessas pessoas. A partir daí, instala-se toda uma rede para lucrar com a dependência.
    Sei que é um assunto muito complexo, que não podemos ve-lo a partir de um único ângulo. Por isso fica difícil tentar achar um culpado pelo que está havendo. A maioria não aceita tratamento e, se aceitam, voltam rapidamente para o vício. por mais que sefaça, sempre existirão adictos e é preciso uma abordagem totalmente nova para minimizar os danos, pois nunca serão eliminados.

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  2. Concordo plenamente com você amigo internauta, não adianta achar culpados e sim buscar soluções que não sejam mais violência e truculência, usuais nos governos que não abrem diálogo com o povo. Obrigado pelo comentário.

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  3. Desde os anos 60, pelo menos 18 prefeitos passaram por SP, dos mais variados partidos, inclusive PT. Alguns simplesmente afirmaram que eles tinham o direito de ficar ali e ignoraram o apelo dos vizinhos. Por isso a quantidade de imóveis abandonados que tínhamos atá há pouco. Veja, não é uma crítica, somente que o problema é muito maior que não ter diálogo com o povo. Na verdade, quem frequenta os arredores quer que os viciados sejam retirados de lá e não adianta dialogar muito, não. Como já morei em SP e tive a oportunidade de atuar na secretaria de saúde, sei que às vezes é preciso usar a força para obter algum resultado. Sei também que é complicado para quem não conhece o problema de perto e sei também que se tratam de pessoas doentes, mas não podemos enxerga-los somente como vítimas. Eles tem uma grande participação no problema e são violentos e agressivos. Temos que pensar muito bem a maneira de tratar com eles, se tiverem oportunidade, te pegam. Como falei, a questão vai muito, mas muito mesmo, além de partido político, polícia, tratamento, etc.
    Mas pelo menos retiraram o pessoal daquela imundície. De alguma maneira, quando não estão em grupo, fica mais fácil lidar com eles. Individualmente, aceitam um pouco melhor a sua ajuda.

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